Resumo:
Esta tese tem como objetivo geral investigar os aspectos do contexto de trabalho que tem contribuído para o adoecimento mental dos professores do ensino privado no Rio Grande do Sul. Para tanto, foi dividida em três estudos sequenciais. O Estudo 1 traz um modelo teórico para os Transtornos Mentais Comuns em docentes, com método quantitativo e explicativo, analisado por modelagem de equações estruturais, em uma amostra de 740 professores. Os instrumentos utilizados foram um questionário sociodemográfico e laboral, o Self-Reporting Questionnaire-20 [SRQ-20], o Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho [EACT] e a Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho [EIPST]. O segundo artigo é quantitativo explicativo e apresenta uma análise de regressão linear múltipla que buscou identificar os aspectos do contexto do trabalho e as vivências de prazer e sofrimento no trabalho dos professores do ensino privado preditoras para a depressão em uma amostra de 197 professores com sintomas de depressão. Os instrumentos utilizados foram o Inventário de Depressão de Beck [BDI-I], EACT e EIPST. O terceiro artigo é qualitativo e exploratório e visou identificar as vivências de prazer e sofrimento no trabalho, os fatores do contexto de trabalho e as estratégias de mediação utilizadas por nove professores com sintomas depressivos de diferentes níveis do ensino privado. Os instrumentos utilizados foram o BDI-I e uma entrevista semiestruturada. Foram realizados: o levantamento do instrumento de depressão e as análises de conteúdo das entrevistas. Os resultados da tese indicam que os fatores do contexto do trabalho docente, como a sobrecarga e as características das tarefas, a cobrança por prazos, a falta de apoio das chefias e a falta de liberdade de expressão contribuem para o adoecimento mental e a intensidade de sintomas de depressão. Sugere-se o desenvolvimento de intervenções com espaços coletivos de deliberação para prevenção do adoecimento mental dos professores.