Resumo:
A pesquisa que segue analisa o conjunto de quatro agências de notícias nacionais ligadas aos Estados nos quais estão inseridas e que operam originalmente em língua portuguesa. Agência Brasil (ABr), Agência de Notícias de Portugal (Lusa), Agência de Informação Moçambicana (AIM) e Agência Angola Press (ANGOP) são os observáveis deste estudo que busca a compreensão do jornalismo praticado por cada um dos serviços. A descrição dos casos foi feita a partir de observação participante nas redações e nos sites das agências, entrevistas com profissionais e pesquisa bibliográfica e documental. A partir dos dados, foram feitas relações entre as diferentes realidades encontradas, de forma a compreender as práticas no seu conjunto. As agências podem ser vistas em dois pares: a brasileira e a portuguesa, que comungam de um histórico de criação e desenvolvimento do jornalismo de agência nos países onde estão estabelecidas; e as duas africanas, com fundação a partir da independência de Angola e Moçambique dentro de uma perspectiva de ganho de autonomia. Os pontos de partida, entretanto, não unem as agências ao longo de toda a sua existência. Apesar das dissonâncias, nos quatro casos, elas assumem uma agenda oficial dos Executivos federais como parte do trabalho. Os conceitos e o histórico do jornalismo de agência, bem como entendimentos de serviço público e a noção de lusofonia norteiam as discussões propostas no estudo na tentativa de compreender os serviços jornalísticos das agências citadas e como suas práticas se organizam.