Autor |
Francke, Ingrid D'Avila; |
Lattes do autor |
http://lattes.cnpq.br/1881663364594253; |
Orientador |
Gonçalves, Tonantzin Ribeiro; |
Lattes do orientador |
http://lattes.cnpq.br/6650257755307637; |
Instituição |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos; |
Sigla da instituição |
Unisinos; |
País da instituição |
Brasil; |
Instituto/Departamento |
Escola de Saúde; |
Idioma |
pt_BR; |
Título |
Itinerários terapêuticos de surdos em busca de cuidados em saúde mental; |
Resumo |
Esta tese é resultado de uma experiência etnográfica com três mulheres e um homem, todos Surdos e usuários da Libras, que possibilitaram um acompanhamento de sete meses em campo de pesquisa. Foram apreendidos diversos relatos, por meio de entrevistas e observações participantes, de suas relações com uma sociedade predominante ouvinte. O objetivo central foi de explorar a perspectiva dos Surdos sobre a saúde mental, suas trajetórias de vida e de busca de cuidados em saúde. O primeiro artigo objetivou problematizar como o estigma e noções de deficiência se articulam nas relações familiares e instituições em um processo social que restringe a autonomia e a cidadania de pessoas Surdas a partir de um estudo de caso. A partir das narrativas de Sofia sobre suas experiências com família, educação e trabalho, discute-se o quanto o reconhecimento de sua identidade como mulher Surda envolvia uma busca contínua e complexa pela pertença social, desafiada pelo estigma da deficiência e ameaças a sua saúde mental. Caminhos alternativos de busca de cidadania foram tecidos e sustentados na possibilidade de participação e pertença social com grupos e comunidades Surdas. Debateu-se o desafio social de ampliar a compreensão sobre cidadania na ótica da diversidade e do respeito, refletindo sobre cenários em que a identidade e dignidade dos Surdos são construídas e reconstruídas. O segundo artigo visou compreender as trajetórias de cuidado em saúde de pessoas Surdas, descrevendo experiências e significados associados aos problemas de saúde e à sua rede de apoio. Narrativas de quatro participantes sobre suas relações com o cuidado com a saúde mental foram analisadas. Os dados evidenciaram que a acepção “saúde mental” é tida como sinônimo de mais uma deficiência ou desajustamento frequentemente atribuída aos surdos, gerando experiências muito marcantes de estigmatização, algumas vividas já na infância. Vivências de falta de autonomia para os cuidados em saúde, despreparo e distanciamento das redes formais de cuidado quanto à cultura Surda e um ouvicentrismo social generalizado resultaram em estratégias de evitação, afastando os Surdos de alternativas de cuidado, particularmente na saúde mental. Por outro lado, as comunidades Surdas se mostraram um importante recurso entre os Surdos, indicando que expandir a interlocução com as políticas de saúde poderia ser um caminho para ampliar sua participação social e diminuir iniquidades no acesso a cuidados.; |
Abstract |
This thesis is the result of an ethnographic experience with three women and one man, all Deaf and Libras users, which enabled a seven-month follow-up in the research field. Several reports were seized, through interviews and participant observations, of their relations with a predominantly listening society. The main objective was to explore the perspective of Deaf people on mental health, their life trajectories and their search for health care. The first article aimed to discuss how stigma and notions of disability are articulated in family relationships and institutions in a social process that restricts the autonomy and citizenship of Deaf people based on a case study. Based on Sofia's narratives about her experiences with family, education and work, it is discussed how much the recognition of her identity as a Deaf woman involved a continuous and complex search for social belonging, challenged by the stigma of disability and threats to her mental health . Alternative paths for seeking citizenship were woven and supported by the possibility of participation and social belonging with Deaf groups and communities. The social challenge of broadening the understanding of citizenship from the perspective of diversity and respect was discussed, reflecting on scenarios in which the identity and dignity of the Deaf are constructed and reconstructed. The second article aimed to understand the health care trajectories of Deaf people, describing experiences and meanings associated with health problems and their support network. Narratives of four participants about their relationship with mental health care were analyzed. The data showed that the meaning of “mental health” is seen as synonymous with yet another deficiency or maladjustment often attributed to the deaf, generating very marked experiences of stigmatization, some already experienced in childhood. Experiences of lack of autonomy for health care, unpreparedness and distancing from the formal care networks regarding the Deaf culture and a generalized social listening center resulted in avoidance strategies, moving the Deaf away from care alternatives, particularly in mental health. On the other hand, Deaf communities proved to be an important resource among the Deaf, indicating that expanding the dialogue with health policies could be a way to expand their social participation and reduce inequities in access to care.; |
Palavras-chave |
Surdez; Itinerário terapêutico; Saúde mental; Estigma; Atenção à saúde; Deafness; Therapeutic itinerary; Mental health; Stigma; Health care; |
Área(s) do conhecimento |
ACCNPQ::Ciências da Saúde::Saúde Coletiva; |
Tipo |
Tese; |
Data de defesa |
2018-09-25; |
Agência de fomento |
Nenhuma; |
Direitos de acesso |
openAccess; |
URI |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10229; |
Programa |
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva; |