Resumo:
O consumo de medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) tem despertado interesse para a pesquisa devido ao crescimento das vendas percebido no mercado global ao longo dos anos. Esse aumento de demanda pode relacionar-se às diversas influências sofridas pelo consumidor por diferentes fatores, tornando-o mais suscetível à automedicação. Do ponto de vista da saúde, o MIP, quando mal administrado, pode tornar-se prejudicial ao indivíduo, que eventualmente não percebe os riscos da automedicação. No entanto, apesar da complexidade relacionada ao comportamento do consumidor (marketing) e aos riscos de saúde envolvidos (saúde), não há evidências consistentes que contemplem a intersecção desses dois aspectos na intenção de compra de MIPs. Assim, o presente estudo tem o objetivo de investigar quais fatores influenciam a intenção de compra de MIPs pelos consumidores. Como antecedentes da decisão de compra, consideraram-se a atitude em relação ao uso e a propaganda de MIPs, os conhecimentos subjetivo e objetivo, a percepção de risco com a saúde e preocupação com a saúde. Além disso, foram testados os impactos, nestas relações, da susceptibilidade dos consumidores à influência interpessoal e do seu comportamento de compra de MIPs no canal on-line. Para operacionalizar o modelo de pesquisa, analisou-se o comportamento de 465 brasileiros, pesquisados em uma survey on-line, utilizando ferramentas e técnicas de Modelagem de Equações Estruturais e análises descritivas. Uma comparação relativa entre os antecedentes significativos desta pesquisa evidenciou que os fatores mais importantes para explicar a intenção de compra de MIPs são: percepção de risco (β = 0,41), atitude em relação à propaganda (β = 0,28) e atitude em relação ao uso de medicamentos (β = 0,18). Esta dissertação pode avançar as pesquisas anteriores, visto que trabalha na intersecção entre estudos sobre o comportamento do consumidor e pesquisas da área da saúde referentes a esta temática.