Resumo:
Este estudo concebe uma perspectiva inédita ao identificar a adoção das práticas ESG no contexto teórico-conceitual de um paradigma tecno-econômico em percurso de irrupção e, como desdobramento, buscar evidências empíricas de influência do nível de engajamento ESG sobre métrica de desempenho econômico-financeiro das empresas atuantes nas regiões que historicamente orientam e consolidam os paradigmas tecno-econômicos (países do G7). Com três conjuntos amostrais que abrangem observações de 1.218 até 2.447 empresas no interstício de oito anos (2016-2023) e a classificação do nível de engajamento ESG em quartis no cluster de setor por país, os testes para diferenças de medianas apresentam evidências de que o conjunto das empresas que figuram no 4º quartil obtém desempenho superior ao do grupo no extremo oposto. No entanto, em análise por regressão de efeitos mistos que contempla outras variáveis influentes, o maior nível de engajamento ESG não apresentou efeitos positivamente distintos sobre o desempenho das empresas. Deste modo, não é possível afirmar que a adoção de práticas ESG implica em diferenciais compensatórios para as empresas (bonificações às melhores ou penalizações às piores) no espaço e tempo deste estudo. Ainda assim, indicativos de diferença no perfil das empresas (tamanho e alavancagem financeira) ao longo da escala quartílica de adoção das práticas ESG denotam preparo para um eminente período de efeito do nível de engajamento ESG sobre as alavancas de valor dos negócios, observação alinhada a tese deste estudo e que impulsiona a continuidade dos debates e análises sobre diferenciais compensatórios relacionados a evolução paradigmática de adoção das práticas ESG.