Resumo:
Este estudo visa compreender as estratégias utilizadas por mulheres homo ou bissexuais para enfrentar a homofobia e outros preconceitos no ambiente de trabalho. Através de uma abordagem qualitativa e exploratória, o estudo se debruça sobre as experiências de preconceito, as formas de manifestação da sexualidade no trabalho, e as políticas de inclusão existentes ou ausentes nas organizações. O trabalho se fundamenta em uma revisão teórica abrangente, discutindo desde a evolução dos estudos sobre minorias sexuais nas organizações até a gestão estratégica da diversidade sexual, passando por conceitos chave como homofobia, lesbofobia, e as dinâmicas de poder e exclusão relacionadas ao gênero e à sexualidade. A metodologia envolveu entrevistas semiestruturadas e um grupo de foco com mulheres homo ou bissexuais, além de entrevistas com gestores, buscando uma compreensão ampla das dinâmicas de inclusão e exclusão vivenciadas por essas mulheres no ambiente corporativo. Os resultados apontam para a persistência de múltiplas formas de preconceito, incluindo sexismo, lesbofobia, etarismo, racismo, e gordofobia, e destacam a complexidade da manifestação da sexualidade no trabalho, variando desde a abertura total até a ocultação por medo de discriminação. Foi identificada uma significativa ausência de políticas de inclusão específicas para mulheres homo e bissexuais, bem como a falta de ações estruturadas e efetivas nas políticas de diversidade das empresas. A dissertação propõe diretrizes para práticas de inclusão mais eficazes, enfatizando a importância da educação e sensibilização sobre questões LGBTQIAP+, e a implementação de ações concretas que assegurem um ambiente de trabalho seguro e inclusivo para todos. As considerações finais ressaltam a relevância de uma gestão da diversidade consciente e ativa, que não apenas reconheça a existência de diversidade sexual, mas que atue de forma decisiva para promover a inclusão efetiva desses indivíduos no ambiente corporativo.