Resumo:
Estudos anteriores apontam a centralidade como uma das mais importantes ferramentas no campo de pesquisa acerca do fenômeno do board interlocking – conexão de companhias por meio de seus conselheiros. Diante desse cenário, torna-se importante analisar o impacto dessa formação nas dinâmicas empresariais, com foco especial na relação entre o board interlocking e os honorários de auditoria nas empresas de capital aberto listadas na bolsa de valores brasileiras [B3]. Ainda que pesquisas sobre essa temática sejam bem difundidas na literatura, percebeu-se a ausência de estudos específicos relacionando esses dois pontos no contexto brasileiro. Assim, o objetivo deste estudo é contribuir com a literatura preenchendo essa lacuna. Para responder ao objetivo da pesquisa, foram coletados os dados de todas as companhias listadas [B3] de 2010 a 2022, que divulgaram informações. Foi realizado um estudo estatístico descritivo das variáveis, incluindo a transformação da variável de interesse (Honorário da auditoria) por meio da função logarítmica. Em seguida, foi aplicado um Modelo Linear Generalizado (GLM). O critério de Informação de Akaike (AIC) foi o escolhido para a seleção do melhor modelo e para testar as hipóteses da pesquisa. Foram testadas as variáveis individualmente para chegar a um valor independente de cada uma e posteriormente testadas dentro do modelo. Foi criada uma equação única que contemplou todas as variáveis do estudo. Os resultados encontrados mostram que quanto mais centralizada a conexão entre conselheiros as companhias tendem a pagar honorários menores às firmas de auditoria. Esses resultados se alteram quando as companhias possuem um comitê de auditoria bem consistente apoiando o conselho de administração. Espera-se que os resultados, advindos do exame de uma relação ainda não explorada no cenário nacional brasileiro, venham a contribuir para o meio acadêmico e para a literatura nacional, agregando conhecimento teórico sobre as teorias do board interlocking e honorários de auditoria.