Resumo |
Estamos vivendo um momento de muitas mudanças, principalmente no campo da educação. Se antes os alunos estavam habituados com o sistema tradicional de aprendizagem, em 2020 a maioria precisou passar por uma readaptação pautada no sistema remoto digital, dentro de suas casas. Além do mais, os pais, os professores e a escola também precisaram reavaliar o ensino e readaptar as suas práticas. Ao mesmo tempo, é notório observar que o acesso às tecnologias vem evoluindo, porém esse desenvolvimento é preocupante quando nos deparamos com as crescentes desigualdades sociais, que ficaram ainda mais evidentes durante a pandemia. A precariedade e o acesso limitado de muitos, prejudicam o avanço da aprendizagem, e nesse processo, estão envolvidos importantes grupos, como por exemplo, a família. Neste trabalho temos o objetivo de mostrar como o ensino remoto mudou a rotina das famílias e trouxe novas perspectivas para a educação. Além disso, observamos de que forma as concepções da família-aluno-professor foram impactadas e quais foram as dificuldades e as descobertas diante dos desafios diários. A pesquisa é de cunho qualitativo-interpretativista e nosso corpus é composto por entrevistas a duas famílias que relatam sobre os eventos de letramento no período de ensino remoto emergencial. Analisa-se a trajetória de duas famílias de classe média baixa, com dois alunos do ensino público, uma aluna da cidade de Bento Gonçalves e outro aluno da cidade de São Leopoldo, ambos do estado do Rio Grande do Sul. Os dados mostram a importância do professor nesse processo e do engajamento das famílias na aprendizagem. Os resultados apontam que as famílias precisam seguir engajadas na aprendizagem dos filhos e na valorização dos professores, além do ensino presencial. Portanto, o impacto causado pelo ensino remoto mostra a importância da participação familiar, além disso, mostra as lacunas na aprendizagem e no acesso às tecnologias, que alertam para providências dos órgãos competentes.; |