Resumo |
Este trabalho analisa as obras A varanda do frangipani, de Mia Couto, e A máquina de fazer espanhóis, de Valter Hugo Mãe, de forma comparativa, levando em considerações aspectos como a memória, o esquecimento e o envelhecimento. Para pensar sobre a relação dessas temáticas com a literatura contemporânea, foram levadas em conta as contribuições de António Candido (2019) a respeito da função da produção artística e literária na estrutura das sociedades. Além disso, para analisar como esses aspectos atuam na vida das personagens idosas, relacionou-se a narrativa com os estudos teóricos de Le Goff (2013) sobre a História e a memória coletiva, de Bergson (2011), sobre a memória individual, de Freud (2019), acerca dos esquecimentos, e de Abdala Junior e Silva (2015), a respeito da literatura e da memória política de Moçambique e Portugal, que são os espaços onde ocorrem as narrativas dos dois romances. A análise conjunta de ambas as obras, combinada com as teorias e estudos de tais autores, demonstra que a arte de Mia Couto e de Valter Hugo Mãe, além de problematizar o passado através das memórias, também a utiliza como ferramenta para atribuir um novo sentido ao presente das personagens, permitindo uma reflexão e, ao mesmo tempo, uma crítica social, sobre o envelhecimento na sociedade atual e os sentimentos e emoções despertados nessa faixa etária da vida.; |