Resumo:
Os estudos sobre ecossistemas de inovação vêm ganhando espaço nos últimos anos motivados pelos ganhos econômicos e sociais que estes ambientes geram, porém ainda se observa na literatura existente ênfase no estabelecimento dos conceitos sobre o tema sem foco específico nas capacidades e atributos que influenciam o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação. Considerando que a maioria dos ecossistemas de inovação em territórios não emerge espontaneamente, mas pelo resultado da experimentação deliberada de diferentes atores, o presente estudo possui como objetivo geral propor um framework conceitual sobre as capacidades dinâmicas necessárias para o desenvolvimento dos ecossistemas de inovação em seus diferentes estágios de vida. Para responder este objetivo, foi realizada uma análise qualitativa comparativa nas cinco capacidades dinâmicas de ecossistemas de inovação identificadas na literatura: capacidade humana e empreendedora, capacidade estrutural e financeira, capacidade relacional, capacidade de governança e capacidade competitiva. Esta análise foi desenvolvida em cada um dos quatro estágios do desenvolvimento dos ecossistemas de inovação. Os resultados sugerem, entre outras conclusões, que o estágio de nascimento é o “estágio da orquestração”, pois neste primeiro estágio é fundamental uma maior sinergia entre as capacidades dos ecossistemas de inovação, havendo a necessidade de uma maior presença destas, em conjunto, para a obtenção do sucesso. Já o estágio do crescimento é caracterizado pela estratégia do “agente-estrutural”, pois tem como melhores resultados as combinações que contam com a capacidade humana e empreendedora e com a capacidade estrutural e financeira. O estágio III, maturidade, também pode ser caracterizado pelo “estágio da governança”, tendo em vista que as combinações, que adotaram estratégias com esta capacidade, apresentaram resultados mais satisfatórios. Já no último estágio, de renovação, a estratégia que se mostrou mais eficaz é a “estratégia relacional”, visto que os municípios que a adotaram apresentaram melhores desempenhos. Por fim, este estudo contribui para a literatura aprofundando os estudos sobre a evolução dos estágios de vida dos ecossistemas de inovação, bem como tornando mais abrangente a aplicação das capacidades dinâmicas para uma lógica ecossistêmica. Do ponto de vista gerencial, este estudo contribui para os gestores propondo estratégias para obtenção de sucesso nos diferentes estágios de vida dos ecossistemas de inovação, como foco em contextos de países em desenvolvimento.