Resumo:
Esta pesquisa teve início com a identificação de uma lacuna na literatura sobre combinações de práticas para universidades empreendedoras de sucesso, medidas, neste caso, pela geração de patentes colaborativas. Percebeu-se, porém, a ausência de estudos em que essas práticas pudessem ser combinadas para que o sucesso fosse alcançado. A intenção não é inventar a fórmula do sucesso, mas apresentar possibilidades aos envolvidos para apoiar a transformação de uma universidade de ensino e pesquisa em uma universidade empreendedora, capacitar e estimular os alunos de todas as disciplinas a adquirir uma mentalidade orientada para o crescimento e para assumir riscos que os prepara para se tornarem líderes do futuro. O objetivo do trabalho é compreender quais combinações de práticas empreendedoras geram o aumento do registro de patentes colaborativas em parceria com empresas. Para esta investigação, utilizou-se os dados de patentes oriundos da base de dados Derwent Innovation Index para a seleção das universidades com base em patentes colaborativas relacionadas à semicondutores. Coletou-se informações sobre as práticas empreendedoras das universidades baseadas em formulário específico e realizou-se o tratamento dos dados por meio da técnica MDSO/MSDO para fins de redução das práticas empreendedoras, selecionando as condições causais com o maior poder explicativo. Aplicou-se a abordagem Qualitative Comparative Analysis (QCA), com apoio do software fsQCA, para identificar as combinações de práticas empreendedoras implementadas pelas universidades consideradas de sucesso (com o maior número de patentes colaborativas depositadas em parceria com empresas). Como resultado, encontrou-se uma solução com quatro combinações, com consistência máxima e cobertura de 90%, produzindo, assim, um resultado positivo para o aumento do registro de patentes colaborativas. Particularmente, a combinação para desenvolvimento do “Projeto Inovação e Crescimento” apresentou a maior cobertura bruta (50%) e única (30%), englobando as práticas Criação de portais, Fomento à internacionalização, Captação de financiamento, Conferências e eventos, Treinamento e recrutamento, não excluindo as demais combinações para obter o sucesso da universidade em geração de patentes colaborativas. A presença da prática “Fomento à Internacionalização” em todas as combinações evidencia que em qualquer estratégia adotada pela universidade para gerar patentes colaborativas, esta prática tem que ser adotada e receber atenção obrigatória. Destaca-se a Dimensão “Inserção local, regional e global”, ao defender que a ciência é cada vez mais globalizada em função da expansão de redes colaborativas de pesquisa, que reforçam a necessidade da busca pela excelência e impacto da pesquisa dos países emergentes, alinhados com a permanente internacionalização, bem como de formação profissional de qualidade continuada. Finalmente, a pesquisa progride na literatura sobre Universidades Empreendedoras, apresentando combinações de práticas para a geração de patentes colaborativas, contribuindo também para um impacto positivo no avanço do conhecimento. Gerencialmente, este estudo indica quatro combinações a serem analisadas a fundo para a implantação de uma universidade empreendedora.