Resumo |
O presente trabalho buscou avaliar uma obra de contenção experimental localizada no município de Lauro Müller, ao longo da Serra do Rio do Rastro – Santa Catarina. O local é composto por taludes rochosos com inclinações elevadas, alto risco de movimentações de massa e possui a presença de solo coluvionar em alguns pontos ao longo da Serra Catarinense. O estudo foi realizado em uma área com a presença de colúvio, cujo talude foi estabilizado experimentalmente utilizando a técnica de tirantes ativos ancorados no terreno com faceamento em tela metálica de alta resistência. Como forma de monitoramento do talude, células de carga foram instaladas ao longo dos tirantes da solução para permitirem o acompanhamento do desempenho do sistema. Também foi instalada uma célula de pressão sobre a tela metálica para medição da pressão efetivamente transferida pelo faceamento ao talude. Desta forma, a fim de avaliar o funcionamento das técnicas de estabilização de forma conjunta, foram realizados ensaios de laboratório com o intuito de utilizar os resultados obtidos nas posteriores análises de estabilidade global do talude para as diferentes técnicas de estabilização. Os resultados obtidos nas análises puderam ser comparados com os dados obtidos através de instrumentação de campo, verificando o funcionamento e efetividade do sistema empregado. Como resultado, os tirantes cuja placa está melhor aderida ao paramento foram capazes de manter cerca de 42 a 46% da carga de protensão incorporada. Em contraponto, para os locais onde a placa não apresentou boa aderência, os resultados variaram de 3,6 a 7,5%. A célula de pressão também se mostrou bastante variável, tendo tensões maiores aplicadas à tela quando os tirantes com localização mais próxima eram incorporados. Desta forma, a partir da análise do comportamento dos tirantes foi possível afirmar que o sistema de contenção misto não está atuando como estrutura puramente passiva por apresentar perda de carga de incorporação, bem como não está atuando totalmente sob o sistema passivo, visto que há o incremento de carga. Independentemente do sistema de atuação da estrutura de contenção, esta está atuando acima do fator de segurança mínimo estabelecido pela norma NBR 61182 – Estabilidade de Encostas (ABNT, 2009).; |