Resumo |
O avanço da industrialização, o aumento do preço do aço em um contexto de pandemia e guerra e incentivos governamentais têm feito aumentar o interesse pelo uso da madeira como material estrutural para edificações, inclusive de múltiplos pavimentos. A necessidade de esses edifícios resistirem a determinados períodos de incêndio para que seus usuários possam ser evacuados nessa situação, juntamente à ausência de normativa vigente no Brasil, faz com que seja necessário o aprofundamento dos estudos sobre esse assunto. Diversos autores relataram a influência que a densidade da madeira tem em manter sua resistência em situação de incêndio, mas a norma europeia Eurocode 5 não traz essa propriedade como uma variável na obtenção da taxa de carbonização da madeira. Buscando identificar a relação entre a densidade, a taxa de carbonização e a resistência de vigas de madeira à flexão, esse estudo comparou os diferentes métodos propostos pelo Eurocode 5 na verificação de vigas de madeira de 30 x 60 cm de quatro espécies, sendo duas coníferas e duas dicotiledôneas, utilizando o software Abaqus/CAE para obtenção das isotermas das seções das vigas no método de cálculo avançado, e propôs uma nova equação para obter a profundidade de carbonização delas em diferentes tempos de incêndio. Verificou-se que a densidade da madeira é inversa à sua taxa de carbonização e à sua perda de resistência à flexão, e que o método de cálculo avançado apresenta resultados menos conservadores do que os métodos simplificados, porém toma mais tempo de cálculo e esforço computacional. A equação proposta nesse estudo obteve resultados ligeiramente mais conservadores do que o método de cálculo avançado (a maior diferença foi de 8,63%) e menos conservadores do que os métodos simplificados (diferença de até 276,9%), se mostrando satisfatório nos quesitos de tempo, esforço computacional e economia.; |