Resumo:
A saída do Reino Unido da União Europeia causou o advento do debate sobre a globalização e até onde este processo de integração pode avançar. Nos últimos anos, diversos eventos, como a guerra comercial entre Estados Unidos da América e China, a saída do Reino Unido da União Europeia, a pandemia de Covid-19 e até mesmo a recente guerra da Ucrânia, fizeram-nos questionar até que ponto estamos dispostos a avançar com processos de integração e globalização. Neste contexto, este trabalho propõe a simulação de uma nova saída da União Europeia, através do aumento das barreiras não tarifárias entre os países envolvidos, a fim de analisar os possíveis efeitos nos países e regiões envolvidos em termos econômicos: produção, bem-estar e comércio internacional. Utilizando o modelo de equilíbrio geral computável (GTAP 10), são simuladas cinco possibilidades de saída da União Europeia: Polônia, Cooperação Nórdica, Itália, Grécia e Holanda. Nos cenários propostos, as regiões envolvidas na desintegração regional tendem a ter perda de bem-estar, em especial pela piora dos termos de troca e eficiência tecnológica, causado pela redução ao acesso às importações dos países membros da União Europeia. Ocorre uma diminuição do comércio internacional e um aumento de produção local, com foco na produção daquilo que cada região tem vantagem competitiva. Os países mais afetados negativamente pela desintegração tendem a ser aqueles que a economia tem mais dependência do comércio internacional. Não obstante, os países de fora do bloco europeu tendem a ter aumentos de bem-estar, causados por melhora de termos de troca pela equalização de condições com o país que sai da União Europeia.