Resumo |
Os imigrantes vindos ao Brasil no século XIX, particularmente os de origem germânica e italiana, tiveram enormes dificuldades de sobreviver e muito raramente se desenvolver. Uma das soluções e práticas executadas foi a conjugação de forças humanas, técnicas, profissionais, educacionais. A junção dos esforços era organizada em forma de associativismo, seja associação ou cooperativa. As experiências foram muitas, algumas de bem sucedidas, outras menos, dependendo muito do ramo de atuação e mais ainda da gestão. Nas décadas de 1950, 1960, 1970, as dificuldades no campo agropecuário eram enormes, a situação dos produtores rurais muito precária. Nestas décadas as cooperativas passavam por momentos de dificuldade econômica e social. O descrédito ao sistema cooperativo era total, e o agricultor vivia de forma individualizada. Em 1967 surgiu a oportunidade de criação de uma cooperativa com auxílio de recursos humanos e técnicos da Alemanha. O projeto foi se desenvolvendo aos poucos, com a dúvida de muitos e o aceite de 213 agricultores que naquele ano fundaram a Cooperativa Piá. Nos primeiros anos, análises feitas pelos técnicos alemães apontaram a fruticultura e a produção de leite como alternativas viáveis aos associados e de acordo com as características topográficas da região. Com o passar dos anos, e a cooperativa em pleno funcionamento, viu-se a necessidade de resgatar a estima dos agricultores, aproximando a família no trabalho diário, proporcionando uma série de incentivos para que pudessem viabilizar sua propriedade, intensificar o uso de novas tecnologias, transformá-los em empreendedores envolvendo-os nos assuntos da cooperativa e com isto possibilitar à cooperativa sua permanência num mercado cada vez mais competitivo através de inovação de produtos e processos. Assim, o presente trabalho tem por objetivo resgatar e apresentar a história do Projeto Empresário Rural da Cooperativa Piá, através do relato e experiências de associados desta cooperativa, verificando se o projeto pode ser enquadrado como a prática do quinto princípio cooperativo.; |