Resumo |
Este trabalho tem por objetivo pensar as relações interpessoais entre pais e filhos na pós-modernidade. A pesquisa propõe uma reflexão sobre a sociedade líquida apresentada por Zygmunt Bauman e sugere o brincar, potente e criativo, como efetiva possibilidade de enfrentamento de uma cultura do capital que, perversamente, tem sua concretude na aceleração, instantaneidade, fragilidade dos laços afetivos, apagamento das singularidades e descarte do Outro. Esse estudo qualitativo das interações entre as mães e seus filhos, crianças de 2 e 3 anos de idade, possibilitou pensar se o encontro se dá ou não todas as vezes em que mães e filhos brincam. Encontro como realidade dialógica, livre e criativa onde ambos os sujeitos da díade mãe e filho, envolvidos no brincar, afetam e deixam-se afetar. Os conceitos de alteridade e devir-criança foram constitutivos da análise que, auxiliados por demais marcadores, revelaram-se potentes em conceituar o brincar líquido predominante entre mães e filhos pós-modernos.; |