Resumo |
O presente artigo deriva de uma investigação maior, desenvolvida pelo Grupo de Estudo e Pesquisa em Inclusão (GEPI/Unisinos/CNPq), intitulada “Inclusão: processos de subjetivação docente”. Do universo analítico 67 narrativas de docentes que atuam em escolas de educação básica em nove estados brasileiros (Bahia, Ceará, Espirito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina), produzidas por meio das técnicas da roda de conversa e da entrevista aberta e, devido a pandemia de 2020, da gravação de áudio por WhatsApp, 12 delas foram produzidas por docentes que já atuaram com alunos surdos, sendo 11 deles docentes com aluno surdo incluído em sala de aula de ouvintes e uma docente que atua em escola de surdos. O exercício analítico permitiu sistematizar as narrativas e identificar um grupo de sentido de docentes que, ao serem interpelados pelo imperativo da inclusão, modificam de formas variadas o exercício de sua docência. Assim, foi evidenciado distintos movimentos dos docentes: por um lado alguns docentes buscavam condições para efetivarem da maneira mais satisfatória possível seu trabalho inclusivo, por outro lado, alguns docentes atribuíam um caráter negativo aos desafios da sua ação docente com o aluno surdo. Assim, concluímos que as narrativas analisadas constituem uma nuance do ritornelo pedagógico, conceito que compreende o movimento de compartilhamento frequente das experiências pedagógicas entre os docentes. Nesse sentido, percebemos que a experiência com o aluno surdo, presente nas narrativas dos docentes, além de marcar o lugar do aluno na escola – seja ela especial ou regular – atravessa e constituí as práticas pedagógicas e os movimentos feitos pelos docentes, marcando assim a constituição do ser docente no contexto da in/exclusão.; |