Resumo |
O FFR (reserva de fluxo fracionado) tem ganhado destaque em avaliações não
invasivas em pacientes com problemas relacionados à circulação sanguínea. Como
etapa fundamental na aplicação desta tecnologia são utilizadas geometrias Patient Specific. São construídos modelos 3d, com o auxílio de imagens médicas do paciente
e, então, realizadas simulações computacionais do escoamento sanguíneo. Os
resultados das simulações são usados para o diagnóstico e indicação cirúrgica. O
presente trabalho tem por objetivo revisar o estado da arte em simulações
hemodinâmicas e suas aplicações, bem como construir uma geometria tridimensional
de um sistema patient-specific, a partir de um exame de tomografia e, posteriormente,
analisar a fluidodinâmica neste sistema. Apresenta-se uma revisão sistemática sobre
o estado da arte em modelos vasculares patient-specific, desde sua construção,
verificação do modelo e simulação fluidodinâmica. Foram selecionados 13 artigos,
cujos resultados são sintetizados de acordo com a metodologia aplicada (experimental
ou computacional) e realizada uma análise bibliográfica. A revisão sistemática serviu
como base para a escolha de um software de código aberto, o SimVascular, para a
construção do modelo tridimensional a partir de uma tomografia. O sistema analisado
foi a aorta femoral, que consiste em uma parte fundamental para o escoamento
sanguíneo no corpo humano. O modelo patient-specific foi analisado, gerando,
artificialmente, duas geometrias com obstruções parciais, representando estenoses
arteriais. Os três modelos construídos consistem em uma aorta sem obstrução, com
50% e 80% do caminho obstruído. Para a simulação computacional do escoamento
foi utilizado o código comercial ANSYS Fluent 2020R2. Observou-se o comportamento
sanguíneo nos diferentes modelos. Também se analisou o efeito da obstrução para a
circulação sanguínea, com o aumento da tensão de cisalhamento na parede,
ocasionando o aparecimento de coágulos de sangue que podem descolar e assim
ocasionar uma embolia. O FFT entre 0,75 e 0,2 evidencia a isquemia no modelo
analisado. Menor que 0,20 determina uma possível necrose. Assim, evidencia-se o
potencial da hemodinâmica computacional para exames clínicos invasivos em
pacientes, guiando as cirurgias cardiovasculares.; |