Resumo |
O ensino remoto emergencial ocasionado pela necessidade de
distanciamento social devido à pandemia de COVID-19 surpreendeu e impactou a
todos/as, alunos/as, professores/as e comunidade escolar em geral. Estudantes de
diversas realidades precisaram se adaptar, ou não, ao novo modo de estudar, o que
gerou inúmeras vivências e, portanto, narrativas sobre o período, além de mudanças
no modo como a escola é percebida. Dessa forma, considerou-se necessário
escutar e compreender o impacto das aulas remotas nas identidades de alunos/as
do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio. Para isso, entrevistas
semiestruturadas com perguntas abertas foram realizadas com três alunos/as, de
modo que fosse possível registrar as suas narrativas sobre o ensino remoto
emergencial e analisá-las sob a perspectiva da Investigação Narrativa, à luz de
estudos relacionados à Linguística Aplicada. De viés qualitativo-interpretativista, com
foco nos significados produzidos pelos próprios participantes acerca de suas
experiências com o ensino remoto emergencial, os resultados desta demonstram
que os alunos sugerem ter passado por uma (re)construção identitária em seus
modos de estudar e desenvolvido mais autonomia na hora de buscar o
conhecimento que desejam, mesmo que isso não signifique que tal fator tenha sido,
necessariamente, positivo para todos eles/as. Os resultados obtidos evidenciam,
ainda, que o ensino remoto emergencial, assim como outras formas de ensino,
precisa continuar sendo repensado para que se leve em consideração as diversas
realidades presentes no contexto escolar e não se aumente a desigualdade presente
no sistema educacional brasileiro.; |