Resumo |
Este trabalho de conclusão tem por objetivo analisar como a alteridade, a
relação de interação com o outro, implica sentido, modifica a forma de narrar,
estabelece marcas linguísticas, reconta o contexto histórico da época e produz
significação em Os Lusíadas. Assim, especificamente, pontuar as marcas de
identidade e alteridade nos cantos sete, oito e parte do canto nove referentes à
chegada e estada na Índia d’Os Lusíadas. A metodologia utilizada possui um caráter
exploratório e descritivo e é pautada no método da pesquisa bibliográfica, visto que
se pretende explorar a alteridade no corpus de Os Lusíadas. Partindo dessas marcas
de alteridade encontradas na obra desde o Canto I, é também importante trazer os
aspectos históricos da formação de Portugal, o contexto literário vigente no período
de escrita da epopeia, reflexões sobre o desenvolvimento marítimo português e
breves apontamentos sobre a biografia de Luís Vaz de Camões- no intuito de entender
esse Outro. Para isso, os estudos referentes à identidade e à alteridade esclarecem a
representação do Outro e a noção do eu com o estrangeiro, e do eu como estrangeiro
sob os estudos do exotismo e orientalismo. Em específico, nota-se que esse Outro
desdobra-se em dois aspectos, que se refletem em um Outro religioso e um Outro
comercial. Na perspectiva do Outro religioso notou-se que o poeta se confronta com
todos os Outros contrários à fé católica e à cristandade, além da preponderante crítica
ao islamismo. O Outro comercial se constituiu por meio da pouca relevância do que
se conquistou com a navegação portuguesa narrada por Camões: escassas trocas
comerciais.; |