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Discurso reportado em narrativas: a construção colaborativa de histórias na fala-em-interação

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Autor Ferla, Joana Restelli;
Orientador Ostermann, Ana Cristina;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/8555609827722273;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Título Discurso reportado em narrativas: a construção colaborativa de histórias na fala-em-interação;
Resumo As atividades de contar e narrar têm sido o foco de muitos estudos (GOFFMAN, 1974; 1981; MANDELBAUM, 1989; 2012; GOODWIN, 2006; HOLT, 2007; 2009) na área da Linguística Interacional (COUPER-KUHLEN; SELTING, 2017) e, especialmente, da Análise da Conversa (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974) nos últimos anos. Tais estudos se propuseram a investigar como os participantes não apenas relatam eventos passados, organizam esses reportes e constroem diferentes identidades para si e para os outros, mas também comorelatam as ações interacionais de outros participantes. Assim como as narrativas, o discurso reportado (doravante DR) tem sido objeto de estudos analítico interacionais, especialmente quando aparece em narrativas (LARSON, 1978; MAYES, 1990; GOLATO, 2000; HOLT, 2009; ROMAINE; LANGE, 2006). A maneira com a qual é incorporado e utilizado nas narrativas, assim como a forma como é co construído, geram grande interesse e discussão na área em questão. Com base nisso, o presente trabalho origina-se da percepção do importante papel que o DR desempenha em narrativas, assim como da curiosidade investigativa linguístico interacional sobre os papéis interacionais que os/as próprios/as interagentes desempenham enquanto lançam mão do DR. Com o propósito de contribuir para o cenário linguístico-interacional brasileiro e sob a perspectiva teórico-metodológica da Análise da Conversa Multimodal (MONDADA, 2009; 2014; 2018; CRUZ et al, 2019), este estudo se propõe a analisar: (1) como o DR é introduzido; (2) como o reportante o emprega na narrativa; (3) como o DR é co-construído pelos interagentes; e (4) a importância das ações corporificadas na construção do DR nas narrativas. Os resultados deste trabalho indicam que: (a) majoritariamente, ao longo das narrativas, o DR é antecedido de uma oração reportadora, de um marcador discursivo, da combinação de ambos e, também, da combinação de marcadores de sequencialidade com marcadores discursivos. Os casos de quotativos-zero são mais escassos nos dados; (b) o DR serve para instanciar e para demonstrar a ação desempenhada por outro (ou pelo próprio interagente em algum momento anterior ou hipotético), para avaliar alguma situação, para demonstrar a sequencialidade da narrativa, para construir formulações e diálogos, etc; (c) o DR é co-construído através da tentativa de formulações, da atenção dos interagentes à necessidade de 7 colaboração e através da manifestação de iniciações de reparo; e (d) é utilizado para ilustrar como um acontecimento e/ou ação ocorreu originalmente.;
Abstract The act of telling stories has lately been the focus of many Academic Studies in Interactional Linguistics (GOFFMAN, 1974; 1981; MANDELBAUM, 1989; 2012; GOODWIN, 2006; HOLT, 2007; 2009) and, especially, in the area of Conversation Analysis (SACKS; SCHEGLOFF; JEFFERSON, 1974). Such studies aimed to investigate how the interactants (re)tell past events, how they organize these reports and how they build different identities for themselves and for others. The studies also investigated the way interactants report their and others’ interactional actions. Reported Speech (henceforth RS), as well as storytelling, has also been the focus of Interactional-Analytic studies, mostly when it happens in storytelling (LARSON, 1978; MAYES, 1990; GOLATO, 2000; HOLT, 2009; ROMAINE; LANGE, 2006). The way it is used and incorporated in storytelling, as well as the way it is constructed, makes the subject a highly interesting topic of discussion and interest. Accordingly, the present study originates from the recognition of the important role RS plays in storytelling, and the interactional and the linguistic interest regarding the roles interactants play while reporting speech. To contribute to the Brazilian interactional linguistic field, by means of the Conversation Analysis and Multimodal Conversation Analysis approach (MONDADA, 2009; 2014; 2018; CRUZ et al, 2019), this study aims to analyze: (1) how RS is introduced; (2) how the interactants implement them in interaction; (3) how RS is co-constructed by the interactants; and (4) the importance of embodied actions in the construction of RS in storytelling. The results indicate that: (a) RS is mainly prefaced by introductory clauses, discourse markers, the combination of both and, also, by the combination of discourse markers and markers of sequentiality. The occurrences of zero-quotatives are less frequent in the data; (b) RS works as an exemplifier of actions done by the own or other interactants — in a previous or in a hypothetical moment —, to assess an action, to demonstrate the storytelling sequentiality, to build dialogue and formulations, etc; (c) RS is co constructed through interactants’ formulation attempts regarding the necessity of collaboration and through repair initiations; and (d) it is used in order to instantiate an occurrence and/or action that occurred originally.;
Palavras-chave Discurso reportado; Narrativas; Análise da Conversa; Fala-em-interação; Storytelling; Reported peech; Conversation analysis; Talk-in- interaction;
Tipo TCC;
Data de defesa 2020-07-09;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/11525;
Nivel Graduação;
Curso Letras;


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