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A individualidade no casamento lispectoriano ou a sobrevivência de uma autonomia

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Autor Quadros, Luan;
Orientador Pritsch, Eliana Inge;
Lattes do orientador http://lattes.cnpq.br/0754417359711404;
Instituição Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
Título A individualidade no casamento lispectoriano ou a sobrevivência de uma autonomia;
Resumo Dentro da produção literária de Clarice Lispector, indo do romance à crônica de jornal, merecem atenção os contos produzidos a partir da década de cinquenta, dando à autora destaque na literatura brasileira. Em seus contos, no que se refere às personagens, estão, predominantemente, mulheres encerradas em uma realidade que as restringem tão-somente ao espaço doméstico e às suas diversas demandas. Por isso, para fugir da opressão do cotidiano, vemos o modo como elas, com frequência, se “ressignificam” através da fantasia, dos sonhos alimentados e mantidos em segredo, com a esperança de um dia alcançarem a liberdade de “ser”. O exercício de funções preestabelecidas de que são incumbidas só lhes reforçam os mesmos papéis: de mãe, de esposa, dona-de-casa. O casamento, com tantas atribuições e encargos cobrados da mulher, presente em boa parte da produção da autora, pode mesmo significar a felicidade que tanto elas desejaram desde a juventude? É com base nisso e amparado em O segundo sexo, tomo I e II, de Beauvoir, que este Trabalho de Conclusão, a fim de elucidar em que medida ocorre a insatisfação feminina no casamento, partiu da seleção prévia de alguns contos que se aproximavam quanto à temática a ser discutida, deixando-se de lado aqueles em que tal temática está em segundo plano. Tendo a obra citada acima como a principal condutora, outros estudos, não menos importantes, merecem destaque, como Psiquiatria e feminilidade (1997), Trabalho feminino e sexualidade (1997) e Recônditos do mundo feminino (1998), escritos, respectivamente, por Engel, Rago e, por último, Maluf e Mott. Com esta finalidade, elencamos os contos correspondentes à primeira fase da autora, justamente aqueles em que o casamento aparece expressivamente, a saber: “O triunfo” (1940), “Amor” (1960), “Os obedientes” (1964), “O ovo e a galinha” (1964); com relação a este último, mesmo que o matrimônio não permaneça tão óbvio, ao menos é presumível se pensarmos o contexto histórico aliado ao narrativo. A partir disso, satisfatoriamente provamos que o casamento não trouxe a completa realização das personagens analisadas, pois cada qual nos revelou em determinada medida suas queixas e apreensões. Diante do que dizíamos a respeito da demanda oriunda do casamento, vimos que, apesar das obrigações diárias a que lhes foram impostas, essas personagens não se eximiram completamente de um exame da própria existência, concluindo, de forma geral, que o casamento nada mais lhe significa do que uma convenção social a ser seguida. Chegamos à constatação, portanto, que o que elas buscam no casamento não está de acordo com a individualidade que parece “florescer” aos poucos, mas sim, a mera obediência aos preceitos morais de uma sociedade que se assenta em uma estrutura patriarcal.;
Palavras-chave Clarice Lispector; Feminilidade; Liberdade; Casamento; Contos;
Tipo TCC;
Data de defesa 2018-12-10;
URI http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/11494;
Nivel Graduação;
Curso Letras;


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