Resumo |
O concreto é um dos materiais mais utilizados na construção civil, porém sua cadeia produtiva envolve muitos desperdícios e emissões de gases de efeito estufa. Desta forma, faz-se necessário desenvolver compósitos com melhores propriedades mecânicas e de maior expectativa em relação à durabilidade, buscando minimizar o impacto ambiental e se possível, majorar seu tempo em uso. Assim, surgiu um compósito cimentício com elevada ductilidade e que apresenta comportamento strain hardening, que é o Engineered Cementitious Composite (ECC). Este compósito tem como principal característica a capacidade de deformação sob tração e a formação de múltiplas microfissuras. Além disso, apresenta resistência mecânica muito superior aos materiais convencionalmente empregados. Porém, por não utilizar agregado graúdo em sua composição, apresenta um elevado teor de cimento, o que causa maior retração, calor de hidratação e maior emissão de CO2. Além do mais, este compósito foi projetado originalmente com materiais de elevado custo como fibra de PVA, o que acaba inviabilizando o uso deste compósito em larga escala. Considerando esse cenário, este estudo abordou a possibilidade de desenvolver um ECC mais sustentável que atenda os desempenhos mecânicos e de durabilidade requeridos, com incorporação de pozolanas e utilizando materiais locais em substituição ao elevado consumo de cimento tradicional na sua composição. Para tal, os ensaios foram realizados conforme as diretrizes das normas NBR 13279 (ABNT, 2005), NBR 5739 (ABNT, 2018), NBR 8522 (ABNT, 2017) e JSCE 82 (2008), avaliando dois traços distintos com teores diferentes de pozolanas com variações nas quantidades utilizadas de cinza volante e de sílica ativa. Após a avaliação das matrizes, analisou se ainda a incorporação de 2,4% de fibra de polipropileno e seu impacto no comportamento mecânico. Os resultados obtidos nessa pesquisa indicam que a utilização de 30% de sílica ativa e 70% de cinza volante como pozolana apresentaram melhores resultados na avaliação da matriz e a inserção do reforço polimérico, alcançou resistência de até 8 MPa e deflexão maior que 8 mm, promovendo resultados satisfatórios quanto à resistência à tração na flexão e de ductilidade.; |