Resumo |
As lógicas de racialização podem ser entendidas como algoritmos da cultura (Ferreira, 2020), e se reproduzem, de forma ampliada, nos algoritmos materiais (ditos tecnológicos) – num novo ciclo do racismo, como uma estrutura estruturada e estrutura estruturante (Bourdieu, 1998) na sociedade. Os algoritmos digitais, apropriados pelo capital, são agenciadores dos meios de produção midiática de conteúdo, programação, indexação e interação nas redes, por meio das plataformas digitais. Tensionamos essa hipótese na perspectiva da midiatização e dos processos sociais, no intuito de entender as relações presentes entre o racismo algorítmico, reproduzido pela tecnologia, e as lógicas de preconceito e violência instalados na sociedade. Para isso, realizamos uma discussão sobre os meios e suas lógicas de audiência, apropriadas pelas operações das plataformas digitais, alimentadas pelos usos, práticas e apropriações dos usuários, acionando autores e teorias que nos oferecessem aportes para a resolução de nossas hipóteses e objetivos, como racismo e identidade (SODRÉ, 2015); racismo estrutural (ALMEIDA, 2019); racismo algorítmico e microagressões (SILVA, 2020); midiatização, comunicação e algoritmos (FERREIRA, 2020ª, 2020b; 2020c; FERREIRA, 2016); entre outros autores que auxiliaram na construção teórica e empírica deste trabalho. Nossas inferências são produzidas a partir de casos retirados do motor de buscas do Google, referenciado no método abdutivo (Ferreira, 2012) e na metodologia que segue a lógica algorítmica do próprio Google – evidenciando os seus paradoxos.; |