Resumo:
A importância da durabilidade das estruturas de engenharia é cada vez mais compreendida por sua influência técnica e socioeconômica no desenvolvimento da infraestrutura, e vem sendo abordada já na fase de projetos para a previsão de taxa de corrosão e vida útil. Pode-se afirmar que o mecanismo de degradação que mais afeta esta durabilidade é a corrosão, que é um fenômeno natural atuante majoritariamente em materiais metálicos. Dentre os diversos sistemas de infraestrutura, as estruturas geotécnicas de proteção que utilizam telas metálicas de alta resistência têm seu desempenho mecânico-funcional variável ao longo de sua vida útil; essencialmente em função do surgimento de manifestações patológicas associadas à corrosão. A taxa de corrosão destes sistemas coloca-se, portanto, como um parâmetro fundamental para estimativa de custos, do impacto ambiental e da viabilidade qualitativa de construção. Este trabalho teve como objetivo determinar um modelo de regressão da taxa de corrosão para o aço das telas metálicas componentes de sistemas de estabilização de taludes e proteção contra quedas de rochas e fluxo de detritos. O modelo foi fundamentado em dados de resistência de polarização linear e curvas de Tafel obtidos por meio de ensaios eletroquímicos em ambientes simulados, e, posteriormente, avaliados frente aos dados reais de perda de depósito superficial de galvanização para telas expostas em quatro diferentes ambientes. O ajuste estatístico do modelo foi realizado a partir da técnica de regressão de Poisson, com verificação dos respectivos erros existentes. Os resultados possibilitaram a análise dos processos corrosivos para diferentes níveis de agressividade, com variação independente e conjunta de temperatura, concentração de Cl- e Na2SO3. Verificou-se que a temperatura é a variável que mais influencia na taxa de corrosão, cerca de quatro vezes mais do que o Na2SO3, e duas vezes mais do que os íons Cl-; seguida pela concentração de Cl-, que influencia duas vezes mais que o Na2SO3. Pretendeu-se obter, por fim, um modelo de regressão que seja aplicável desde as fases conceituais de estudo de alternativas ao projeto executivo, com seus respectivos planos de manutenção e de garantia de segurança dos sistemas de proteção.