Resumo:
Objetivos: Estimar a prevalência do consumo de cigarros industrializados e fatores associados em estudantes de Medicina. Métodos: Trata-se de um estudo transversal de base universitária, cuja população foi constituída por 1.583 estudantes de Medicina de uma Universidade do Centro-Oeste brasileiro. Foram incluídos todos os estudantes regularmente matriculados durante o período da pesquisa, de ambos os sexos e com idade igual ou maior a 18 anos. O desfecho foi o autorrelato de consumo de cigarros industrializados. As exposições incluíram variáveis demográficas, socioeconômicas, acadêmicas e comportamentais. A análise dos dados utilizou regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: A prevalência de consumo de cigarros foi de 8,1% (IC95% 6,8-9,6) na amostra geral, 4,8% (IC95% 3,6–6,3) nas mulheres e 15,3% (IC95% 12,3–18,8) nos homens. Análises ajustadas, para ambos os sexos, demonstraram maiores razões de prevalências para tabagismo dos alunos do sexo masculino em relação ao feminino, dos que reprovaram em alguma disciplina do curso comparados aos que nunca reprovaram e dos alunos que usaram álcool e drogas nos últimos 30 dias em relação ao que que não utilizaram. Verificou-se ainda maiores razões de prevalências entre os homens inativos fisicamente comparados aos ativos fisicamente. Conclusão: A prevalência de consumo de cigarros industrializados entre os estudantes foi relativamente baixa na população total, mas ainda expressiva especialmente entre aqueles apresentando outros comportamentos de risco à saúde. Os achados são importantes no sentido de permitir a elaboração de estratégias educativas e de prevenção quanto ao consumo de cigarros entre estudantes de Medicina.