Resumo:
Os trabalhadores que utilizam as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) nas atividades laborais estão expostos a condições laborais e psicossociais que podem ocasionar Tecnoestresse. A presente dissertação, estruturada em dois artigos empíricos de delineamento observacional, transversal e analítico, pretendeu avaliar o Tecnoestresse em trabalhadores que utilizam as TICs em suas atividades laborais. A amostra, não probabilística, constitui-se de 213 trabalhadores. O artigo I, “Demandas e recursos de trabalho como preditores de Tecnoestresse em trabalhadores que utilizam as tecnologias de informação e comunicação (TICs)”, objetivou identificar o papel preditor das demandas e recursos de trabalho para o Tecnoestresse e suas dimensões. Foram utilizados os instrumentos de pesquisa de um questionário de dados sociodemográficos e laborais, a escala de Tecnoestresse (RED/TIC) e a escala de Demandas/ Recursos de TIC. Os resultados, obtidos por meio de regressão linear múltipla, apontaram modelos preditores compostos pelas variáveis: controle, falhas na comunicação, sobrecarga, recursos tecnológicos, expectativas de aprendizagem, monitoramento e aborrecimentos. O artigo II, “Testando efeitos indiretos de fatores de personalidade na relação entre Tecnoestresse e sobrecarga no trabalho”, teve como objetivo investigar os efeitos indiretos das variáveis da personalidade entre a sobrecarga no trabalho e o Tecnoestresse. Foram utilizados os instrumentos de pesquisa de um questionário de dados sociodemográficos e laborais, a escala de Tecnoestresse (RED/TIC), a escala de Demandas / Recursos de TIC e Marcadores Reduzidos para a Avaliação da Personalidade. O resultado obtido por meio de path analysis identificou que a dimensão extroversão exerceu efeito indireto na relação entre sobrecarga no trabalho e Tecnoestresse. O estudo sugere intervenções por parte das organizações aos seus colaboradores, a fim de subsidiar políticas de saúde do trabalhador.