Resumo:
O panorama do aumento crescente do consumo de energia nas edificações, escassez de recursos naturais e aumento da geração de resíduos alavancou a necessidade de elaboração de soluções sustentáveis no setor da construção civil. A incorporação de resíduos no revestimento argamassado externo indica benefícios no âmbito ambiental, reduzindo o consumo de recursos naturais, e permite a melhoria das propriedades térmicas de uma edificação, de forma a contribuir para o desempenho térmico das fachadas e o aumento da eficiência energética. Dessa forma, o objetivo do trabalho foi avaliar o comportamento térmico de argamassas de revestimento externo com substituição parcial do agregado miúdo por materiais reciclados – polietileno expandido, couro e etileno acetato de vinila (EVA) – em relação ao desempenho térmico. Foram investigados alguns teores de resíduos (25, 50 e 75%). A avaliação das propriedades térmicas foi realizada através dos ensaios de calorimetria diferencial de varredura (DSC) e condutividade térmica (método cálculo ABNT NBR 15220-4:2005). Os resultados apontaram a redução da densidade das amostras de argamassa com resíduos, o que proporcionou uma condutividade térmica menor. No ensaio de DSC, pode-se observar que o valor de entalpia foi maior para as amostras com 50% de EVA e 75% de polietileno expandido em relação à argamassa de referência, resultando em maior isolamento térmico e menor condutividade térmica e calor específico. Considerando também outras propriedades da argamassa para revestimento externo, como resistência à compressão e tração na flexão, absorção por capilaridade – relacionada à impermeabilidade e certas patologias – e relação água/cimento, os resultados apontam no aumento ou similaridade de desempenho, perante à argamassa convencional, com a incorporação de resíduos de polietileno expandido dentre todos os teores e do EVA com 25% de incorporação.