Resumo:
O Lodo de Estação de Tratamento de Água (LETA) é gerado na etapa de coagulação do sistema de tratamento de água convencional. O descarte do LETA nos rios é uma realidade e essa prática pode ocasionar impactos ambientais e sociais negativos. A acidificação do LETA com ácido sulfúrico (H2SO4), denominado método Fulton é uma opção de recuperação em estudo, que consiste na solubilização dos hidróxidos de alumínio (Al(OH)ᴈ) e ajuste do pH, separando o Resíduo de Lodo Acidificado (RLA) e o Coagulante Recuperado (CR). O presente estudo tem como objetivo a avaliação da viabilidade de recuperação do coagulante de Al2(SO4)ᴈ e caracterização do RLA para uma destinação adequada. A metodologia aplicada foi a coleta das amostras em uma estação de tratamento de água, que utiliza o Al2(SO4)ᴈ, caracterização do LETA, aplicação do método de acidificação no LETA in natura, avaliação do desempenho do CR em relação ao Coagulante Comercial (CC) e caracterização do RLA. A caracterização do LETA via FRX identificou a presença de Si, Fe, Al, Ca, Ba, S, Mn, P, Zr, Br, Zn, Cu, Cr e Sr. Na análise de DRX apresentou três fases cristalinas sendo quartzo, caulinita e muscovita. Na análise térmica obteve-se 2 picos endotérmicos e 2 picos exotérmicos. Na análise de desempenho o CR1 apresentou resultado mais favorável para a remoção de turbidez com dosagem de 8 mL , obtendo 0,72 NTU na água bruta 1 e 0,64 NTU para água bruta 2. O RLA obteve perda ao fogo de 20,15% e na análise de FRX apresentou S, Ti, K, Ba, Ca, Mn, Zr, P, Cu, Zn, Br, Sr, Tm. O RLA apresentou pH na faixa de 2,56 – 0,94, sendo classificado como resíduo classe I – Perigoso, conforme a NBR 10.004. A partir dos dados fornecidos pela ETA em estudo foi possível analisar a possibilidade de redução da geração de 7.500 m³/mês de LETA para 1.500 m³/mês de RLA. Contudo, o método de acidificação não apresenta viabilidade ambiental por gerar um RLA ácido e a aplicação do método em escala industrial pode ser inviável devido ao uso em grandes volumes de H2SO4.