Resumo:
O presente estudo analisa a qualidade da auditoria interna das Instituições Federais de Ensino Superior brasileiras – IFES, como fator explicativo dos apontamentos dos órgãos de controle do Estado, contribuindo para a legitimação da gestão da organização pública. A literatura teórica e a revisão de trabalhos empíricos fundamentam a hipótese de pesquisa de que um menor número de apontamentos dos órgãos de controle do Estado, influenciado por uma maior qualidade da auditoria interna, fortalece a legitimidade da gestão da organização pública. Esta hipótese é testada empiricamente por meio de procedimentos econométricos que utilizam dados primários e secundários de 40 instituições federais de ensino superior, correspondentes aos anos de 2015, 2016 e 2017. Esses dados representam 40% da população das IFES brasileiras e resultam em uma amostra de 67 observações. São realizados testes para verificar a existência de observações discrepantes que comprometam a análise e, após, opta-se por não eliminar estas discrepâncias, mas por tratá-las através da winsorização em 2,5% e 97,5%. Na sequência, é realizado o teste de correlação entre as variáveis independentes, que visa a medir a força das suas associações. Depois de concluir que não existem intercorrelações fortes, realiza-se o teste da hipótese de pesquisa, utilizando o teste de regressão logística. Em todas as regressões realizadas, observa-se um efeito negativo entre os apontamentos dos órgãos de controle do Estado e a qualidade da auditoria interna. Conclui-se que os resultados confirmam a hipótese de que um menor número de apontamentos dos órgãos de controle do Estado, influenciado por uma maior qualidade da auditoria interna, fortalece a legitimidade da gestão da organização pública.