Resumo:
Estudos focados em relações interorganizacionais evidenciam lacunas no comportamento e nas limitações das cadeias de suprimentos. As práticas colaborativas aliadas a redução de custos podem ser motivadas por diversos fatores, podendo existir princípios e papéis diferentes dentro das organizações, redes ou cadeias de suprimentos. Neste sentido, a Gestão de Custos Interorganizacionais (GCI) busca maneiras eficientes de gerenciar custos entre organizações. O objetivo deste estudo é examinar o impacto provocado na evolução do design da cadeia de suprimentos com a adoção de práticas colaborativas a partir da GCI. Utilizou-se a teoria construtal, advinda da termodinâmica, que trata da evolução do design e fornece visão de que todos os sistemas em que existe um fluxo (movimento) estão sujeitos a influências de hierarquia e poder. Práticas colaborativas e de gestão de custos identificadas na literatura foram verificadas por meio de questionários e evidências documentais junto a empresas que compõe uma cadeia de suprimentos
automotiva. Como metodologia, foi utilizada a Modelagem estrutural interpretativa (MEI) para análise dos resultados. Foi identificada alteração de design e analisados os elos
existentes na cadeia. Alterações na estrutura de gestão (evolução), indicadores de negócio e resultados globais da cadeia também foram identificados. Ao longo dos cinco anos analisados, foram constatadas três principais alterações no design da rede: o surgimento de novas formas de negócios, a busca por novos clientes/parcerias e projetos novos em clientes com relações já sólidas. Os resultados da MEI evidenciam que uma das práticas colaborativas possui características dependentes, ou seja, com menor direção e assim tendo um menor grau de influência sobre outras variáveis. Demais práticas colaborativas e elementos da GCI se mostraram conectores, ou seja, possuem poder para conduzir e, assim sendo, são dependentes.