Resumo:
Dentre os mecanismos que afetam a durabilidade das edificações, destaca-se a biodeterioração pela ação de microrganismos, comprometendo os elementos construtivos e desvalorizando esteticamente os empreendimentos, além de serem prejudiciais à saúde humana. Percebe-se assim, a necessidade de encontrar soluções viáveis, sobretudo para o tratamento de fachadas, que possam estender a sua vida útil. Como alternativa, adicionam-se compostos biocidas as tintas, afim de preservar a película formada sobre a superfície dos revestimentos, visto que os fungos têm a capacidade de deteriorar as superfícies e formar biofilmes de pigmentação escura. O presente estudo teve como objetivo identificar a abundância e riqueza dos fungos e seus efeitos danosos sobre os revestimentos, comparando a eficácia de duas tintas aplicadas. Para tanto, foram efetuadas seis coletas nas fachadas norte e sul de duas edificações, avaliando as situações originais em que essas fachadas foram encontradas, o procedimento de limpeza e desinfecção aplicado, e por fim, as pinturas realizadas com duas tintas acrílicas “A” e “B”, sendo a última indicada, pelo fabricante, como inibidora de fungos e bactérias. Por meio destas verificações, foram identificados os seguintes fungos ao longo da pesquisa: Alternaria sp., Aspergillus sp., Curvularia sp., Cladosporium sp., Beauveria sp., Penicillium sp., Acremonium sp., Fusarium sp., Chaetomium sp., Cladophialophora sp., Nigrospora sp., Tripospermum sp. e Mycelia sterilia. Em termos de abundância, a Tinta B obteve melhor desempenho que a Tinta A, no entanto, demonstrou-se sensível a colonização de sete gêneros de fungos, e a Tinta A, a apenas quatro. Na análise das superfícies dos revestimentos por microscopia, observou-se a formação de biofilmes, deposição de esporos, ancoragem de micélios e o desenvolvimento fúngico entre as camadas de tintas, ocasionando a perda de aderência das pinturas.