Resumo:
O objetivo desta pesquisa foi analisar a evolução da distribuição dos recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (PRONAMP), na modalidade investimento, nos municípios brasileiros no período 2013-2018. A base de dados utilizada foi a de crédito rural do Banco Central do Brasil (BCB) e a base de dados sócio econômicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Utilizando-se o software Geoda foi mensurado o índice de Moran para a correlação entre as quantidades de operações e valores contratados das operações rurais, e índices sócio econômicos como taxa de analfabetismo, índice de Gini, índice de desenvolvimento humano municipal, PIB agrícola, participação do PIB agrícola no PIB municipal e renda per capita. Os resultados revelaram que no PRONAF, diferente do PRONAMP e das demais linhas de crédito rural, a quantidade de contratos teve correlação positiva com a taxa de analfabetismo, índice de Gini, com a razão entre a renda per capita média dos 10% mais ricos e a renda per capita dos 40% mais pobres. Correlação negativa entre a quantidade de contratos e a taxa de empregados com 18 anos e mais com carteira assinada, IDHM, PIB agrícola, participação do PIB agrícola no PIB municipal e renda per capita municipal. O PRONAMP, devido a menor quantidade de operações e ao menor volume de recursos contratados, apresentou correlações bastante fracas. As demais linhas de crédito rural apresentaram correlações maiores nas variáveis PIB agrícola e participação do PIB agrícola no PIB municipal. As regiões mais ricas e com agropecuária mais produtiva, como Sul, Sudeste e Centro Oeste, tem recebido os maiores volumes de recursos. Em contrapartida, as regiões mais pobres e menos desenvolvidas, tem recebido o maior número de operações, de menor valor médio e voltada a agropecuária de subsistência.