Resumo:
Segundo a Organização Mundial da Saúde, as doenças não transmissíveis foram responsá- veis por 68% das mortes globais em 2012. Os cuidados com esse tipo de doença transcendem o envolvimento do paciente, estendendo-se à família, amigos e conhecidos que podem influen- ciar positivamente ou negativamente no tratamento. O apoio social pode ser entendido como a capacidade que as redes sociais têm para aliviar os efeitos nocivos do estresse e outros riscos à saúde. O apoio social no cuidado de doenças não transmissíveis é auxiliado pela computação, principalmente por meio de sistemas de informação, como fóruns de discussão, blogs, wikis e ferramentas de compartilhamento de vídeos, que visam aumentar a prevenção e o cuidado dessas doenças pelo paciente e suas famílias. No entanto, poucos estudos exploram a grande quantidade de dados gerados atualmente por smartphones, wearables, dispositivos inteligentes e mídias sociais. Tais dados, se devidamente explorados, podem servir como um meio para me- lhorar o apoio social na prevenção e tratamento de doenças não transmissíveis, recomendando novos contatos benéficos à saúde, ou apresentando a influência que os indivíduos exercem so- bre a saúde dos outros como forma de conscientizá-los sobre seus hábitos e o impacto desses hábitos na vida de seus pares. Em outras palavras, tornar o apoio social auxiliado por compu- tador ciente do contexto social. Esta tese apresenta o modelo Pompilos, que fornece cuidados preventivos através da consciência social para dar suporte ao cuidado de doenças não transmis- síveis. Pompilos explora os dados gerados pelo uso de mídias sociais, smartphones, wearables e dispositivos inteligentes para inferir perfis de usuários e redes sociais. Perfis e redes sociais são utilizados para contabilizar a influência que os usuários exercem sobre os outros em aspectos relacionados ao cuidado e prevenção de doenças não transmissíveis, como consumo alimentar, atividade física ou tabagismo. Essa influência é usada para recomendar informações que pos- sam melhorar o engajamento dos usuários na prevenção de doenças não transmissíveis, bem como para mostrar quais comportamentos influenciam a saúde de seus pares como um meio de conscientização social. Um protótipo do modelo Pompilos foi desenvolvido e testado em dois experimentos aleatórios por 61 usuários. Uma aplicação de assistente de saúde que imple- mentou o modelo foi fornecida aos usuários que foram divididos em dois grupos de controle e intervenção. Esta aplicação teve características comuns de prevenção de doenças não trans- missíveis como dieta, prática de atividade física, controle de peso e histórico. Para os usuários da intervenção, um recurso extra foi fornecido. Esse recurso extra permitiu que os usuários recebessem mensagens relacionadas à prevenção de doenças não transmissíveis coletadas de 15 perfis monitorados do Twitter. Os grupos de intervenção em ambos os experimentos aumen- taram o uso dos históricos quando comparados ao grupo controle, indicando que eles estavam mais preocupados em acompanhar seus cuidados ao receber mensagens relativas à prevenção de doenças não transmissíveis. Por fim, dois perfis monitorados modificaram os comportamen- tos de postagem quando souberam do uso de suas mensagens para ajudar o usuário em seus cuidados.