Resumo:
Este estudo teve por objetivo analisar, nos Fundos de Pensão brasileiros, se o nível de capacitação formal dos gestores explica o nível de disclosure (ND) dessa organizações. Partiu-se do pressuposto da existência de assimetria de informação entre gestores, patrocinadores, assistidos e participantes. Também se reconheceu que os problemas ligados à assimetria em empresas participantes do mercado de capitais, comumente apontados pela literatura, tais como a seleção adversa, a perda de vantagem competitiva e o aumento do custo de capital em decorrência da divulgação de informações não se operariam da mesma forma nos Fundos de Pensão. Daí que o disclosure em questão poderia ser parcialmente explicado por outros fatores, como a capacitação formal dos gestores destas organizações. Para tanto, foi calculado o nível de disclosure (ND) para cada um dos 209 Fundos de Pensão brasileiros que compuseram a amostra. Essa análise considerou diversas etapas de validação, como questionários aplicados a especialistas e participantes e a Análise dos Componentes Principais (ACP). Para o exame econométrico empregou-se o método dos Mínimos Quadrados Ordinários (MQO) para a análise da regressão linear múltipla. Também foi executada a análise pelo método de regressão logística LOGIT, como teste de robustez. Os resultados indicaram que a capacitação formal dos gestores, caracterizada pela formação em mestrado e/ou doutorado, apresentam relação positiva com o nível de disclosure dos Fundos de Pensão, indicando que quanto maior a capacitação formal do gestor, maior o nível de disclosure. Os resultados podem contribuir com órgãos reguladores e fiscalizadores na formulação de novas regras que privilegiem a capacitação formal dos gestores, além da identificação das informações demandadas pelas partes interessadas, permitindo, assim, aumento do nível de disclosure e a redução da assimetria de informação, bem como a melhoria das práticas de governança.