Resumo:
Este trabalho busca compreender e analisar, a partir de critérios técnicos, sociais e narrativos, como o portal Catarinas utiliza dinâmicas dos sites de rede sociais para produzir jornalismo com vistas a refletir sobre as imbricações de gênero e jornalismo do portal. O Catarinas é um portal feminista com perspectiva de gênero que produz jornalismo independente, criado em 2016, localizado no estado de Santa Catarina. Com base nos estudos feministas e de gênero, abordo a constituição do jornalismo feminista desde o século XIX, para tentar fazer correlações com o jornalismo feminista produzido atualmente. Problematizo ciberativismo, ciberativismo feminista e processos em rede para compreender as práticas comunicacionais empreendidas pelo Catarinas. Através da perspectiva transmetodológica, utilizei métodos quantitativos e qualitativos, para analisar a produção do Catarinas durante os meses de março e abril de 2018 no Facebook e no site. Constatei, através da pesquisa, que o jornalismo produzido pelo portal subverte práticas masculinistas do jornalismo, posicionando-se a partir da perspectiva de gênero. Essa operacionalidade dá espaço a uma multiplicidade de fontes da sociedade civil, construindo-se de forma colaborativa e horizontal, levando em consideração a subjetividade ao acionar a objetividade feminista, produzindo informação, conhecimento e ativismo. Nesse sentido, o jornalismo do Portal Catarinas é feminino e feminista, consciente do seu espaço no mundo e faz da comunicação uma ação estratégica com objetivo de transformação da sociedade.