Resumo:
Esse texto consiste num relato de experiência em que a presença de um aluno homem mexeu com o já instituído e fez com que sujeitos participantes do PIBID Pedagogia, em Biguaçu, saíssem da zona de conforto para reconstruir novas concepções acerca dos sentidos e representações que temos em relação às questões de gênero, principalmente nos processos pedagógicos com crianças.
Neste relato contamos e, ao mesmo tempo, narramos a experiência de um licenciando quando iniciou sua vivência num espaço de estranhamento para em seguida às reflexões descontruídas de discriminação ou preconceito se sentir à vontade para realizar seu trabalho como pibidiano. Isso porque o curso de Pedagogia da UNIVALI é predominantemente feminino, o PIBID/ Pedagogia não é diferente; bolsistas, supervisoras, coordenadora de área, ocupam um território que é das mulheres. Sobre isso Louro (2012, p. 450) nos ajuda a entender um pouco quando menciona,
o ingresso das mulheres como professoras no mercado de trabalho era considerado uma extensão da maternidade: Afirmavam que as mulheres tinham, ‘por natureza’, uma inclinação para o trato com as crianças, que elas são as primeiras e “naturais educadoras”. Portanto nada mais adequado do que lhes confiar à educação dos pequenos. Se o destino primordial da mulher era a maternidade bastaria pensar que o magistério representava, de certa forma, uma “extensão da maternidade”, cada aluno ou aluna vistos como filho ou filha ‘espiritual’.