Resumo:
O banho de leito é o momento do cuidado em que mais aproxima o cuidador do ser cuidado. Pode-se assim considerar como um rito entre ambos, onde se defronta várias sensações, tais como medos e angústias. Implementar e validar um protocolo de banho em pacientes adultos criticamente enfermos internados em uma Unidade de Terapia Intensiva Adulta na região metropolitana de POA–RS. Pesquisa de implementação: A implementação utilizou a ferramenta do PDSA (Planejar, Fazer (Do), Estudar (Study) e Agir (Act), possibilitando que o processo fosse reavaliado em cada etapa. A implementação foi constituída das fases: Planejamento (P): visita técnica ao local, que auxiliou no entendimento das rotinas e procedimentos da unidade. Composição do grupo de trabalho (GT): equipe multiprofissional constituída por dois enfermeiros, um médico, um fisioterapeuta e dois técnicos de enfermagem. Foram realizadas três reuniões, no máximo de duas horas de duração, onde foi apresentado a proposta e o processo de implantação. Fase Fazer (Do): Nesta etapa foi realizado a análise e avaliação do protocolo, antes de sua aplicação, por meio do instrumento AGREE II que é composto por 25 itens, sendo dois itens de avaliação global, e 23 itens organizados em seis domínios de qualidade (Escope e finalidade; Envolvimento das partes interessadas; Rigor do desenvolvimento; Clareza da apresentação; Aplicabilidade e Independência editorial). Cada item foi avaliado por uma escala de Likert com pontuações de um (discordo totalmente) a sete (concordo totalmente). O cálculo para cada domínio foi realizado pela soma de todas as pontuações dos itens individuais e escalonado como porcentagem da pontuação máxima possível no domínio. Fase Estudar (S): As inconformidades encontradas no protocolo em relação à realidade local foram discutidas, reavaliadas e corrigidas pelo GT. Todas as correções e adaptações foram baseadas na melhor evidência científica encontrada. A adaptação do protocolo seguiu o instrumento ADAPTE que é constituído por três fases: Configuração, Adaptação e Finalização. Todas as fases do instrumento foram seguidas; entretanto, os itens de cada etapa, foram avaliados e, se necessário, subtraídos, não inviabilizando a adaptação do protocolo de banho a ser implantado. Após a elaboração do protocolo final e validação, o mesmo iniciou o processo de implantação no UTI Adulto do Hospital. Fase Agir (A): A implantação foi planejada com a chefia de enfermagem e os enfermeiros da unidade, iniciando com um teste piloto no turno da tarde, onde toda a equipe foi capacitada. Após um período de adaptação, o mesmo foi implantado no turno da manhã. Considerações Finais: Os pacientes internados no UTI se beneficiaram da implementação de um protocolo de banho adaptado e validado. É fundamental que o cuidado de enfermagem na terapia intensiva seja baseado em evidências, visto que as melhores práticas devam permear o processo de trabalho do enfermeiro. Assim, o banho no leito em pacientes adultos em cuidados críticos deve ser objeto frequentemente de discussão, pois compreende parte central do cuidado de enfermagem e, como tal, deve ser praticado de forma segura, buscando-se minimizar riscos para os pacientes.