Resumo:
Esta dissertação versa sobre a inovação sob a ótica das organizações híbridas, tendo como objeto de estudo o Serviço Social do Comércio do Rio Grande do Sul (SESC-RS). A temática torna-se relevante pela necessidade de se avançar o conhecimento no campo de inovação social em organizações híbridas, gerando elementos, principalmente, às organizações do terceiro setor, com objetivo de apoiar na geração e na concretização de inovações sociais. Nesta perspectiva, o objetivo geral desta dissertação foi identificar as possibilidades de inovação no SESC-RS, considerando suas barreiras e facilitadores, bem como as particularidades das organizações híbridas. Como objetivos específicos, este trabalho buscou (1) analisar o SESC-RS sob a luz da teoria das organizações híbridas; (2) medir o grau de inovação na organização SESC-RS, abarcando a inovação social; (3) reconhecer os aspectos facilitadores e barreiras quanto às dimensões da inovação; e (4) fornecer subsídios para a formulação de estratégias para o fortalecimento da inovação no SESC-RS. Com o intuito de atender os objetivos propostos, realizou-se inicialmente uma pesquisa nos principais periódicos quanto às particularidades de empresas híbridas e sobre inovação social para, assim, analisar o SESC-RS sob a luz das organizações híbridas. Como método, optou-se pela utilização da pesquisa quantitativa e qualitativa. A pesquisa quantitativa buscou medir o grau de inovação no SESC-RS por meio do mapa da inovação, direcionada aos atuais 42 gestores das Unidades Operacionais (UO) do SESC-RS. Para reconhecer os aspectos facilitadores e barreiras quanto às dimensões de inovação, aplicou-se uma entrevista estruturada com 6 gerentes executivos do SESC-RS, ligados diretamente à atividade fim, bem como à coordenação de produtos/serviços ofertados pela organização. Com base no método eleito, foi possível principalmente caracterizar as dimensões de hibridismo do SESC, bem como relacionar as dimensões da inovação com as do hibridismo. Como principais resultados oriundos da análise do SESC-RS sob a luz do hibridismo, confirma-se o que fora levantado na literatura: uma organização com aparentes contradições em suas lógicas de negócio e uma mescla de nuances entre o público e o privado, encontrando dificuldades com a rigidez e a morosidade em seus processos. Também foi possível medir o grau de inovação, constatando-se que o SESC-RS pode ser considerado “pouco inovador”, com um escore total de 2,69. Também foi possível identificar algumas barreiras à inovação: normas e procedimentos, falta de cooperação entre áreas/equipes, falta de clareza quanto ao desenvolvimento estratégico de pessoas, entre outros. Já quanto aos facilitadores para a inovação, foram identificados: a autonomia tanto para a tomada de decisão quanto para a proposição de novas ideias ou projetos, apoio da alta direção, entre outros. Por fim, com base nas informações identificadas, foi possível fornecer subsídios para a formulação de estratégias para o fortalecimento da inovação social do SESC-RS.