Resumo:
Em diferentes subculturas de projeto, arquitetos, engenheiros e designers transitam entre dois caminhos para decidir quais serão os próximos passos a serem dados no design e projeto de produtos: o caminho do raciocínio e o caminho da intuição. Estes dois caminhos são fundamentados na teoria de Epstein (1999, 2003), denominada de teoria do processamento duplo de informações (CEST - Cognitive-Experiential Self-Theory of Personality). O caminho do raciocínio ou da racionalidade é o caminho das decisões baseadas na lógica das metodologias, métodos, ferramentas e processos que o designer utiliza para avançar na projetação na medida em que as informações sobre os problemas de design vão se estruturando. O caminho da intuição ou da experiencialidade é o das decisões baseadas nas experiências ou nas vivências pessoais que o designer acumulou em processos heurísticos, nos quais as metodologias, métodos, ferramentas e processos utilizados para dar um certo próximo passo na projetação não são claras o suficiente, pois não se dispõe de todas as informações sobre o problema de design e necessita-se ‘preencher as lacunas’ para avançar na projetação. Estes dois caminhos trilhados pelos arquitetos, engenheiros e designers no design e projeto de produtos serão analisados nesta dissertação, tendo como base os estudos sobre racionalidade limitada (Simon, 1969, 1996) e intuição limitada (Kahneman 2003), contando com o Inventário Racional- Experiencial (Rational-Experiential - REI, Pacini e Epstein, 1999, 2003) como instrumento de pesquisa. O estudo foi realizado na modalidade online com 156 participantes, revelando que na análise sobre formação os Engenheiros tendem a pensar de forma mais racional e tem mais confiança ao agirem assim, e, arquitetos e designers tendem a pensar de forma mais experiencial com mais capacidade de pensar com sentimentos e intuições. Na análise sobre tempo de experiência em design e projeto de produtos os designers tendem a pensar de forma mais racional e tem mais capacidade e confiança para agirem assim. Na análise sobre nível de formação os designers tendem a pensar tanto de forma racional, como experiencial e tem mais confiança e capacidade para agirem assim.