Resumo:
O Governo do Estado de Santa Catarina implementou uma reforma administrativa, estabelecendo a descentralização da estrutura de governo, com a criação das Agências de Desenvolvimento Regional (ADRs), cujo objetivo é possibilitar a execução de diversos projetos e ações na sua região de inserção. O objetivo deste estudo foi analisar o funcionamento de uma ADR, a partir dos fluxos de comunicação, interação estratégica, autorizações e/ou aprovações técnicas de projetos, e das posições de poder e influência de seus atores. Para estudar essa nova realidade, selecionou-se a 12.ª ADR de Rio do Sul. Para isso escolheram-se a metodologia de análise de redes sociais (ARS) e a abordagem quantitativa. Mensuraram-se diversas propriedades estruturais em nível de rede e de ator, elaborando-se sociogramas para cada uma das relações estabelecidas. Concluiu-se que a rede se apresenta com uma densidade baixa e pouco coesa. É bastante concentrada em determinados atores identificados com o poder e a influência; e há muitos atores periféricos. A baixa conexão entre os atores resulta em uma quantidade também baixa de poder na rede. Os atores que concentraram maior poder e influência foram o Secretário Executivo Regional, seguidos do Gerente de Administração, Finanças e Contabilidade, o Gerente de Educação e o Consultor Jurídico nas trocas de informações quanto na busca por interação, e nas autorizações e/ou aprovações de projetos aparecem o Secretário Executivo Regional, o Consultor Jurídico e o Controle Interno. Comparada à concepção da ADR, constatou-se que o funcionamento da Agência, na prática, possui fragilidades e, por ser uma rede esparsa, cujo funcionamento se concentra em poucos atores, e os atores periféricos não contribuírem relevantemente para seu desempenho, apresenta dificuldades principalmente na operacionalização dos projetos. Sugere-se reestruturação que congregue os atores periféricos em todos os fluxos ou uma estrutura com menor número de atores para maior agilidade. Este estudo proporciona parâmetros para gestores públicos analisarem as administrações voltadas para uma nova estrutura e para a governança. Para a academia, o estudo contribuiu para o crescimento do conhecimento sobre o campo estudado, a partir da perspectiva das redes sociais.