Resumo:
O presente trabalho aborda a relação estatística entre firmas familiares e tomada de risco. Procura-se contribuir para a crescente literatura em firmas familiares ao realizar uma revisão da literatura das características que as distinguem de firmas não familiares, buscando inovar ao pesquisar um construto pouco trabalhado com este tipo de firma: a tomada de risco. Revisa-se a literatura sobre ambos construtos, utilizando pressuposto teórico e trabalhos empíricos para formular-se a hipótese de pesquisa: firmas familiares são mais avessas à tomada de riscos do que firmas não familiares. Esta hipótese é testada empiricamente através procedimentos econométricos em uma amostra de 1188 observações. Utiliza-se uma amostra com particularidades relevantes, contemplando as firmas listadas na bolsa de valores do Brasil, que compõem um dos maiores mercados mundiais com concentração acionária. Realiza-se dois testes para diferença de médias entre firmas familiares e firmas não familiares, os testes T e Mann-Whitney. Após verificada que a diferença estatística nas variáveis entre os dois tipos de firma existe, busca-se testar a hipótese utilizando um teste de Mínimos Quadrados Ordinários. Para robustez, são utilizados testes de dados em painel com efeitos aleatórios. Em todas as regressões rodadas observa-se um efeito negativo da presença familiar na tomada de risco das firmas. Conclui-se que os resultados corroboram a hipótese de que firmas familiares seriam mais avessas à tomada de riscos que firmas não familiares.