Resumo:
O crescimento desordenado das cidades tem aumentado significativamente a poluição sonora, ao mesmo tempo que ocasionam desgaste nas relações entre vizinhos, prejudicando o bem-estar da comunidade. Uma das alternativas utilizadas para reduzir estes efeitos são as barreiras acústicas, visto que se configuram numa das soluções mais eficazes para a redução da propagação do som em área livre. Neste panorama, a escola sempre foi tratada como receptora sensível, sendo raramente considerada emissora do ruído, em virtude deste fato é que a dissertação se desenvolve. Desta forma, neste trabalho é proposta a utilização de barreiras acústicas como forma de solucionar a livre propagação do som emitido durante atividades de recreação em duas unidades educacionais do município de Porto Alegre. O principal problema consiste em se reduzir os níveis de pressão sonora incidente nas edificações vizinhas, afim de garantir o atendimento aos níveis estabelecidos pelas normas ABNT NBR 10151 e 10152. Por ser fundamentado em situações reais, o estudo de caso envolveu levantamentos de campo dos espaços físicos das escolas e das residências vizinhas, ensaios em laboratório para determinação do coeficiente de absorção sonora, ensaios em campo para a determinação dos níveis de pressão sonora emitidos pelas crianças nas escolas. As medições em campo indicaram que os níveis sonoros internos nas residências vizinhas e externos nos playgrounds estão acima dos indicados pelas normas. Para a sequência do trabalho, foi desenvolvido um protótipo de barreira sonora, utilizando conceitos de reflexão sonora e absorção, tal como um ressonador de Helmholtz e após, ensaiado em laboratório. Com os dados obtidos nos ensaios laboratoriais da amostra, se obteve um coeficiente de absorção sonora ponderado (αw) de 0,7. O software CadnaA® foi a ferramenta utilizada para a realização de simulação dos projetos das barreiras acústicas em ambas escolas, sendo demonstrada uma redução de 15 dB para a escola Jardim Camaquã e 5 dB para a escola Unidos da Paineira, sendo que a utilização do acabamento de topo com inclinação apresentou redução significativa apenas na escola Jardim Camaquã. A proposta da inserção das barreiras sonoras se mostrou relevante, mas ainda assim, não atingiu os valores determinados pelas normas.