Resumo:
O objetivo do estudo é analisar os procedimentos utilizados na gestão de custos ambientais por hospitais privados brasileiros. Para tanto, aplicou-se uma survey composta por assertivas com escalas do tipo Likert de cinco pontos, cujo instrumento foi encaminhado aos contadores e gerentes da área ambiental de cada entidade. Os dados foram coletados de 04 de outubro de 2017 a 27 de outubro de 2017. A amostra final é composta por 101 entidades hospitalares privadas sediadas em todas as regiões do Brasil. Os dados da pesquisa foram analisados por meio de estatística descritiva e as hipóteses oriundas da literatura foram testadas pelo modelo de Mann-Whitney, pelo coeficiente de Spearman e pelo modelo de regressão linear múltipla. Os resultados apontam que, em geral, nos hospitais há pouca contabilização e utilização de práticas de gestão de custos ambientais. Os contadores evidenciam ainda ter pouco conhecimento em contabilidade ambiental. Além disso, nos hospitais pesquisados a gestão dos custos ambientais não é tratada de forma estratégica, limitando-se apenas em cumprir o que a legislação obriga. Não foi possível identificar relacionamento entre o controle de custos ambientais com o desempenho econômico dos hospitais, bem como não foi identificada relação entre os desempenhos econômico e ambiental. Verificou-se estatisticamente que os hospitais de maior porte são aqueles que apresentam maior volume de investimentos nas questões ambientais e maior controle dos custos ambientais. Os achados da pesquisa indicam tratar-se de um tema ainda pouco explorado pela literatura e incipiente na realidade dos hospitais privados brasileiros, o que reforça a ideia de que novos estudos com esse enfoque se fazem necessários.