Resumo:
A dissertação tem como proposta principal analisar como filmes constroem experiências de limiar. O corpus é composto por filmes que possuem narrativas embutidas que engendram mundos, entre os quais há um limiar limitado. Partindo deste objetivo geral o texto se estrutura a partir de dois eixos de investigação: um primeiro, concentra-se em como os personagens vivenciam experiências de limiar dentro do construto fílmico, procurando entender como esses construtos são realizados técnica, estética e narrativamente; um segundo, identifica analogias entre a experiência vivida pelos personagens no mundo ficcional do filme e as experiências liminares vividas pelo espectador no mundo cotidiano, encaminhando uma reflexão sobre como tais construtos possibilitam a refiguração da própria relação do espectador com o cinema. A partir de cartografias dos mundos contrastantes dos filmes e constelações de imagens de construto de experiência de limiar, a análise conduziu à conclusão de que o construto em questão é uma virtualidade que se atualiza nos filmes em três níveis: o material, o diegético, e o analógico. O corpus é constituído por Titanic (CAMERON, 1997), Avatar (CAMERON, 2009), O Grande Gatsby (LUHRMANN, 2013) e La La Land (CHAZELLE, 2017). Os principais autores que fundamentam o trabalho são Henri Bergson, Walter Benjamin, Hans Gumbrecht, Vilém Flusser, Bordwell e Thompson, Inês Gil, Kendall Walton, e Paul Ricoeur.