Resumo:
A processualidade da colaboração reserva particularidades importantes que promovem a sua prática. A colaboração diz respeito ao trabalho conjunto em alguma atividade de interesse das pessoas. No entanto, não é suficiente declarar que para colaborar, é necessário apenas o trabalho ou a criação conjunta. Através de uma perspectiva dos ecossistemas criativos, identificou-se o surgimento de um fenômeno na cidade de Porto Alegre. São as Casas Colaborativas que recebem uma diversidade de pessoas interessadas no desenvolvimento da inovação social. Por meio de um percurso de projeto colaborativo, esta pesquisa elaborou o sentido da colaboração junto com a rede das Casas Colaborativas. Sendo assim, além do trabalho conjunto, para colaborar são necessárias relações do tipo compartilhamento de saber, troca de linguagem e afecção. Como estratégia metodológica, a pesquisa-ação foi adotada para avançar nas construções. O envolvimento com os sujeitos nessa pesquisa foi essencial para que se atingissem os objetivos previstos. Como resultados observa-se que o processo colaborativo é dinâmico, aberto e depende da diversidade do coletivo para se constituir, sendo impossível reconhecer seu início ou o fim. Outro resultado foi ter reconhecido que o design estratégico incorpora a afecção em seus processos de projeto; a metaprojetação foi orientada pelas vontades dos sujeitos do projeto colaborativo; o desenho do processo colaborativo deve habilitar a projetação em rede, para ampliar os efeitos da inovação social. Tais resultados podem ser incorporados como insumos para trabalhos que lidam com aspectos relacionados à colaboração.