Resumo:
A partir da divulgação do relatório do Institute of Medicine, Errar é Humano, o tema segurança do paciente ganhou relevância e a prevenção de eventos adversos passou a ser uma preocupação da maioria das instituições de saúde. Dentro deste contexto, entende-se que as instituições consideradas “mais seguras” têm desenvolvida a cultura de segurança. A avaliação da cultura de segurança tem sido uma recomendação de órgãos certificadores e a utilização de instrumentos validados para esta avaliação é recomendada. O Safety Attitudes Questionnaire (SAQ) é um instrumento utilizado em diversas instituições. Objetivo: avaliar a cultura de segurança da equipe de enfermagem de uma Instituição privada de Porto Alegre e desenvolver e implantar plano de ação que busque o fortalecimento da cultura de segurança na Instituição. Método: estudo transversal, com abordagem quantitativa. Participaram do estudo 637 profissionais de enfermagem, sendo 198 enfermeiros e 439 técnicos e auxiliares de enfermagem, das áreas de internação e ambulatoriais da Instituição. As respostas ao questionário foram analisadas pelos domínios previstos na ferramenta do SAQ e consideradas positivas as pontuações acima de 75. Resultados: na média das respostas o resultado foi positivo para os enfermeiros (78 pontos) e os técnicos de enfermagem (76,1 pontos). Os domínios com resultados abaixo de 75 pontos foram o de “Percepção do Estresse” e “Condições de Trabalho” para ambas as categorias e, para os técnicos de enfermagem, a “Percepção da Gerência” também apresentou resultado abaixo de 75 pontos. Em relação a área de atuação, a terapia intensiva adulta foi a área que mais teve domínios com pontuação abaixo de 75 pontos e a maternidade apresentou resultado positivo em todos os domínios. Na avaliação da pontuação por questão, os piores resultados foram relacionados à percepção do cansaço e o impacto no atendimento a urgências, o quantitativo de profissionais e as falhas na comunicação. Como pontos positivos, destacaram-se a satisfação com o trabalho e a atuação da direção da Instituição. Conclusão: embora este estudo já traga diversos dados de acompanhamento e ações, sugere-se que sejam estendidos para os demais colaboradores médicos assistenciais da Instituição.