Resumo:
Os fluxos de capitais globais estão associados tanto a benefícios quanto a malefícios de ordem econômica. Os investimentos de curto prazo em portfólio, em especial, por sua volatilidade intrínseca, ensejam um estudo a fim de analisar quais são os determinantes do seu ingresso em países suscetíveis a movimentos de capitais, como os países da América Latina, com destaque para o Brasil. A economia brasileira passou por crises domésticas e internacionais no período de 1999 a 2015, sofrendo com a forte volatilidade dos fluxos de capitais, gerando, assim, alterações na taxa de câmbio e nos ativos precificados em reais. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo analisar quais são os determinantes do ingresso de capitais de curto prazo destinados à renda fixa e à renda variável no Brasil durante o período de estabilização econômica ocorrida no país. Por meio da aplicação do modelo VAR/VEC, a análise empírica sugere que o ingresso de capitais para ações esteja associado ao aumento nos preços das commodities, na elevação do próprio índice de ações, e, em menor intensidade, ao PIB e à inflação. Na renda fixa, o ingresso está associado ao aumento na taxa Selic.