Resumo:
Este trabalho tem o objetivo de entender o que os elementos subculturais e sujeitos que envolvem a subcultura Riot Grrrl dizem sobre a sua atualização no Brasil. Enquanto elementos subculturais estão os fanzines, blogs, shows, bandas e eventos como o Girls Rock Camp no país. Enquanto sujeitos, entendo as mulheres que estão em contato direto e envolvidas com a subcultura Riot Grrrl no Brasil, amostra composta por 67 entrevistadas de 11 estados brasileiros, entre 15 e 47 anos de idade. A partir de autores e autoras como David Hesmondhalgh (2005), Paula Guerra (2010), Dick Hebdige (1979), Paul Hodkinson (2011) como base, proponho discutir o porquê de tratar Riot Grrrl enquanto subcultura, e ainda as questões de invisibilidade feminina na música e nos estudos subculturais e sobre juventude. Quanto à metodologia, assumo, através de uma observação participante (online e off-line) e inspirada na etnografia virtual, a posição de pesquisadora insider (Paul HODKINSON, 2005; Adriana AMARAL, 2009). Por fim, não há um consenso sobre o que significa ser uma riot grrrl, nem sobre o que seria a subcultura hoje no Brasil, mas nesta complexidade de vozes, idades, estados e opiniões, a vontade de trazer outras mulheres para pensar os feminismos parece falar mais alto do que os diferentes estilos musicais, as dissidências ou preocupações em dar nome às inspirações que tomamos sobre as atitudes das primeiras e “originais” riot grrrls.