Resumo:
A compreensão da morfologia facial, seja pela visualização ou pela antropometria, é uma questão importante para o diagnóstico clínico e estudo de síndromes dismórficas. Quando não é possível ter acesso ao paciente, fotografias 2D podem ser utilizadas como um meio de visualização e análise antropométrica, ainda que limitada a um único ponto de vista por imagem e pela perda da dimensão de profundidade, o que não ocorre em imagens 3D. Este trabalho propõe um modelo de antropometria digital e análise imersiva de modelos 3D visando auxiliar a pesquisa e o diagnóstico clínico de síndromes dismórficas. Um total de 59 crianças afetadas por Zika Congênita foram analisadas. Foram coletados modelos 3D da cabeça e 13 medidas antropométricas craniofaciais de cada paciente. Para obtenção das medidas antropométricas foram utilizadas duas abordagens, o método manual tradicional com uso do paquímetro e o método computacional proposto neste trabalho. A diferença média das medidas do método proposto em relação com o método tradicional ficou abaixo de 1mm para a maioria das medidas consideradas, sendo a maior diferença média próxima de 3mm. Na comparação de ambos, o método proposto apresentou resultados compatíveis com o tradicional além de apresentar algumas vantagens em relação à antropometria manual.